Câmara Municipal de Tanguá – RJ

HISTÓRIA

Por volta de 1880, a região onde hoje se localiza Tanguá era ocupada por algumas fazendas e, em 1920, iniciou-se a construção da Usina de Tanguá para moagem de cana. Muito ativa até 1970, quando encerrou suas atividades devido a dificuldades financeiras, a usina marcou a identidade local e deu centralidade às atividades agropecuárias.

Brasão da cidade de Tanguá/RJ. Fonte: Wikipédia

Por volta de 1880, a região onde hoje se localiza Tanguá era ocupada por algumas fazendas e, em 1920, iniciou-se a construção da Usina de Tanguá para moagem de cana. Muito ativa até 1970, quando encerrou suas atividades devido a dificuldades financeiras, a usina marcou a identidade local e deu centralidade às atividades agropecuárias. Em 1969, a EMBRATEL inaugurou sua Estação Terrena de Comunicações por Satélites. Nos anos 70, quando se iniciou a construção da Ponte Rio-Niterói, muitos antigos trabalhadores rurais saíram de Tanguá para trabalhar nela, bem como a areia do município foi utilizada em sua construção. Nesta época iniciou-se o processo de loteamento das fazendas da região que, futuramente, deram origem aos atuais bairros do município.

O antigo prédio da Usina Tanguá foi ocupado pela CIBRAN, grande empresa de produção de antibióticos que em seu auge chegou a empregar 900 pessoas. Em 1971 foi inaugurada a Clínica Ego, especializada em saúde mental e recuperação de alcoólatras e toxicômanos que conta atualmente com mais de 200 leitos. No mesmo ano instalou-se em Tanguá a BELTEC Implementos Agrícolas, empresa que comercializa tratores, retro-escavadeiras para agricultura, terraplenagem e cerâmicas.

Em 1978 foi descoberta na Serra do Barbosão uma das maiores reservas de fluorita do Brasil, atualmente explorada pelas Mineradoras Sartor e Emitang. Em 1995, Tanguá emancipou-se de Itaboraí. A monocultura da cana-de-açúcar foi intensa em Tanguá, o que levou ao empobrecimento do solo, que é rico em argila (barro), material ainda bastante utilizado na indústria ceramista e no artesanato local. A retirada desordenada de barro e de areia causou grande erosão e enormes buracos no solo da região e, embora proibida, a atividade continua.

Ainda restam algumas áreas florestadas na parte alta do Município, como na Serra do Barbosão a qual, junto com as Serras do Sambê e Santa Fé, ainda apresenta trechos bem preservados de floresta da Mata Atlântica, que protegem uma grande riqueza natural, contribuem para a preservação de três importantes rios (o Macacu, o Caceribu e o São João) e garantem o abastecimento de água e a manutenção da qualidade de vida das comunidades do entorno.

A conservação e recuperação dos remanescentes florestais da área do Corredor Ecológico Sambê – Santa Fé constitui uma garantia para a qualidade e quantidade das águas que abastecem a população de grandes centros urbanos do Estado do Rio de Janeiro. Há um projeto para ampliar e interligar as áreas de florestas remanescentes das serras do Barbosão, Sambê, Batatais e Santa Fé. A serra do Barbosão, apesar ser uma unidade de conservação de proteção integral – Parque Municipal do Barbosão – ainda se encontra bastante ameaçada.

Tanguá é banhada por vários rios entre os quais o principal é o Rio Caceribu, que nasce na Serra do Sambê, em Rio Bonito, e recebe como afluentes quase todos os rios e córregos de Tanguá. O povo de Tanguá destaca-se por sua religiosidade e o município abriga duas irmandades religiosas católicas. Em 1930, os batistas deram origem à Primeira Igreja Batista de Tanguá. Mais tarde chegaram os evangélicos presbiterianos, os metodistas, os congregacionais, os membros da Assembléia de Deus, os congregacionais independentes, os adventistas e diversos grupos neopentecostais. No final do século XX já existiam vários grupos evangélicos no município.

Segundo o IBGE (2000), Tanguá tem 39,16% de sua população abaixo da linha da pobreza o que indica 23,24% mais pobres do que a média dos municípios do CONLESTE e 18,78% mais do a média do estado. Seu PIB per capita é dos menores na região do CONLESTE, R$ 6.213,000 e tem alta taxa de desemprego (13,30%). O município apresenta ainda outros índices abaixo das médias do CONLESTE, do Estado e do país.

Em 2005 o município tinha uma das menores taxas de chefes de família com segundo grau completo, entre os 15 da área de influência do COMPERJ. Os resultados de Tanguá no campo da educação são preocupantes pelos dados de 2007, porém estes indicam uma melhora em relação aos anos anteriores.

O município não dispõe de equipamentos culturais, além de uma biblioteca e praticamente não oferece opções de lazer.
A economia de Tanguá teve um crescimento nominal de 25,45% entre 2001 e 2006, sendo que no que concerne à cadeia produtiva, a construção civil se destaca, sendo responsável por 79,53% dos empregos gerados nas quatro cadeias estudadas. Também merecem destaque o comércio e as atividades extrativas. Observa-se que até 2004 a economia do município era muito pouco dinâmica. Apesar de se pretender turístico, o município não apresenta atrativos ou equipamentos.

A cidade é deficitária em agências de correios e bancárias. Com equilíbrio fiscal, Tanguá encontra-se entre os municípios do CONLESTE com taxas elevadas de investimento per capita, apesar de apresentar uma baixa receita orçamentária per capita. Segundo o Índice FIRJAN de Desenvolvimento Municipal – IFDM, que enfatiza temas de competência municipal, ponderando igualmente emprego/renda, educação e saúde, Tanguá classificou-se em 3.061º lugar no ranking nacional e ficou em 91º entre os municípios fluminenses, numa variação de menos três posições no ranking estadual entre 2000 e 2005. Dentre seu componentes, o referente a Emprego e Renda ficou em 50º lugar, Educação logrou a 92ª posição e Saúde alcançou o 87º posto.

Concluindo, Tanguá é um município que ainda busca encontrar a sua vocação e apresenta muitas deficiências e poucos potenciais para o desenvolvimento. Já foi agrícola e famoso por suas laranjas. Atualmente tem cerâmicas, mineradoras e comércio. Bastante degradado, apresenta pouca auto-estima e lhe falta identidade. No entanto, deve se levar em conta que o baixo capital social existente no território decorre de este ser ainda um município jovem em regime de maturação.

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